quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



PROJETOS INACABADOS

     Quando chega o final de ano é normal revermos os projetos traçados para o ano que se finda. Assim, remexendo em alguns papéis, encontrei alguns textos e poemas que iniciei e continua em aberto. Tenho um poema intitulado “Confissões”, onde um grupo de amigos se reúne e resolve abrir os corações, contando algum episódio de sua vida que nunca falou para ninguém. Até aí tudo bem. O poema levou dois anos para ficar pronto. Então, veio-me a ideia de continuar o poema. “As Outras Confissões” comecei no dia 14/04/01 e ainda não encerrei. Muitas coisas aconteceram durante o percurso. Outro projeto mais antigo ainda é “Peregrino”, onde Gérson viaja por vários lugares procurando “Os pergaminhos do Conhecimento” e “As pérolas da Sabedoria”. Esse tema surgiu-me no mês de setembro de 1996. Comecei escrevendo em um caderno universitário. Quando estava com doze páginas escritas, perdi-o. Fiquei muito triste, afinal naquele caderno estava todo o projeto para escrevê-lo. Depois de algum tempo reescrevi novamente o prólogo e o começo do “Canto I” e deixei novamente. A primeira parte é uma epopéia; a segunda seria um conjunto de cem sonetos.
     Outro poema que está inacabado é “Um dia na Eternidade”. Esse faz é a terceira parte do “A Grande Jornada”, seguido do “Um Desvio”. Não tinha a intenção de aumentá-lo, porém o texto pede – muitas vezes – para continuar. Assim, nasceu essa trilogia. Mas não consegui parar para escrevê-lo, pois a escrita – apesar de ser um enorme prazer para mim – não é meu ganha- pão – infelizmente. A vida precisa ser seguida. Então, muitos projetos ficam inacabados. 
Tenho também um romance intitulado “O Biobservador”, com seu início 21/11/2002, que parei no capítulo trinta. Preciso terminá-lo, mas falta tempo e – também – disposição. Escrever requer muito do escritor, como tempo, dedicação e sacrifício, porém, como já escrevi, é um prazer limitado.
     Novas inspirações vão nascendo. Por exemplo, estava fazendo a contagem dos meus sonetos – pois creio ter escrito já a mil –, depois de escrever mil vezes, fica meio difícil inovar nos temas. Resolvi então escrever os sonetos inspirados no poema da “A Grande Jornada”, ou seja, resolvi criar os “Sonetos Peregrinos”. Estou fazendo um soneto de cada verso do poema – o que corresponderá a quinhentos sonetos. Estou no quinto soneto ainda, mas espero chegar lá. Mas essa é a vida de quem mexe com as artes: “Precisa criar ou recriar para não enferrujar os neurônios. 
     É bom saber que ainda tenho muito a criar, novos duetos também, e tantas outras idéias que nascerão. O importante é sentir sempre aquele frio na barriga a criação literária...

09/12/11

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


     COISAS NECESSÁRIAS






Lembro-me de um romance que li, há dez anos, de Stephen King intitulado “Trocas Macabras”, apesar do nome o livro contem uma trama interessante: Leland Gaunt chega à Castle Rock – cidade fictícia criada pelo autor – e  instala lá uma loja com o nome: “COISAS NECESSÁRIAS”. Cidade pequena, tudo que chega é uma curiosidade enorme. Os moradores demonstravam-se cada vez mais curiosos para desvendar os mistérios daquela loja. Era uma espécie de antiquário. A loja é aberta, as pessoas entram e descobrem objetos que remetem a sentimentos há muito vividos por cada um. Uma das personagens descobre um pedaço de madeira da Arca de Noé. Chega a sentir o cheiro dos animais, o balanço das águas e odor dos estrumes. Outra acha uma foto de Elvis Presley e assim que a adquiri, o astro aparece para ela e... imaginem já o que acontece. Um garoto entra e acha uma raríssima figurinha de um jogador de basebol antigo. Detalhe: autografado para ele. Outro quando está indo para o serviço, observa uma vara de pescar igual a época em que pescava com o pai. Foi uma das melhores recordações que eu me lembro de ter lido. Momento esses que todos aspiram retornar. Porém, eles nunca tinham o valor suficiente para pagar às relíquias. O desespero era tanto que fariam qualquer coisa. Aí é que entra a jogada; Leland Gaunt dizia: “Tudo bem, você me dá o que tem aí e me faça mais um favorzinho...” Assim um a um acabam sem saber vendendo a alma ao demônio – uma espécie de Fausto moderno. No final, a celeuma é tanta que o povo volta lá e ele distribui uma arma para cada um e a guerra está formada...
Agora, trazendo o enredo para a atualidade, o que é mesmo necessário para nossa vida? Outrora quem possuísse carro e telefone, era bem financeiramente. Assim como o vídeo cassete. A indústria fonográfica jamais imaginaria que um simples CD a destronaria. O toca fitas era uma sensação para quem tinha Walkman. Nos cursos de computação o disco era enorme – quase do tamanho de meia folha de caderno. Depois vieram os disquetes. As fitas VHS eram mais esperadas que os livros de Harry Potter. Aos poucos a evolução vem acontecendo. Porém, há dois lados aí. Uma é o crescente descaso com o planeta. Estão tentando reverter à situação – um pouco tarde, é claro, mas não será uma das tarefas fáceis. Uma das maiores  invenções foi a Internet. Através dela o mundo descortinou-se de uma forma incrível e maravilhosa. Quantos amigos de lugares longes não foram feitos? Do outro lado do mundo... Infelizmente o tempo encurtou. As horas diminuíram. O trabalho aumentou. A vida vai passando.
Lembro-me que um amigo de infância dissera sobre nosso futuro: Nossas esposas amigas conversando os amigos do outro lado e os filhos interagindo para a nova geração. Quem dera meu amigo, quem dera. Todos têm suas ocupações, seus problemas pessoais, suas vidas... os outros são os outros. Assim, vamos vendendo a alma as Preocupações e Ansiedades da vida. O interessante nessa história era que as pessoas adquiriam os objetos devido a recordação trazida a tona. Com isso, Leland Gaunt brinca com o povo.
Ah como gostaria de vivenciar as tardes que passava com meus amigos de infância assistindo sessão da tarde com pipoca. Jogando vídeo-game comendo pizza. Indo ao shopping pegando um cinema...
Sim o tempo passa, os amigos vão-se, outros aparecem, alguns permanecem outros ficarão.




É parar por um momento e ver nosso caminho andado, aonde chegamos, o que fizemos, o que pretendemos ainda, o que vamos deixar para aqueles que vierem após nós. As coisas necessárias mesmo são: o AMOR, AMIZADE, FAZER ALGUÉM FELIZ, SER FELIZ, VIVER DA MELHOR, ACONSELHAR, OUVIR E CONVERSAR, ESCREVER, SONHAR, REALIZAR, AFASTAR-SE DO MAL, ERRAR PARA APRENDER, e outras COISAS vêm depois como conseqüência da conduta vivida. A quem vamos vender as nossas almas? A casa? Carro? Objetos? Há uma passagem interessante na Bíblia em Jô quando ele perde tudo diz: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu retornarei ao pó.” Paulo também diz algo parecido. Por isso o mundo está em crise: falta amor, respeito, compaixão, solidariedade. Mas, quando todos pararem um minuto sequer de se preocupara consigo próprio e vê o próximo ao seu lado precisando de ajuda, nesse dia haverá salvação.

12-17/01/09

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011



CULTURA OU CRUELDADE?

“Antegozando a ensangüentada presa,
Rodeado pelas moscas repugnantes,
Para comer meus próprios semelhantes
Eis-me sentado à mesa!
Como porções de carne morta... Ai!Como
Os que, como eu, têm carne, como este assomo
Que a espécie humana em comer carne tem!...”
Augusto dos Anjos

Assistindo uma reportagem especial sobre os maus tratos aos animais, fiquei perplexo com tamanha falta de respeito e crueldade que o ser humano pode chegar. E quando penso, temo, pois nós que possuímos raciocínio e inteligência, agimos de forma “irracional”?  Não concordarei com irracionalidade nesse aspecto, pois os animais que não “refletem” como o Homem são mais “conscientes” que a Humanidade. Nessa reportagem mostrava um jovem de dezessete anos ateou fogo na sua cadela rotwailler porque estava “dominado” pela droga. 





A mãe ligou para a polícia. A sociedade protetora dos animais foi acionada. Retiraram a cadela que agora se encontra em tratamento. Outro caso foi do de um homem que arrastou seu cão – preso a uma corda – por uns vinte quilômetros. 





O cachorro foi levado às veterinárias que tentaram – sem sucesso – salvá-lo. Uma pata foi amputada. Ele não resistiu e acabou morrendo.

Outra parte da reportagem mostrou as rinhas de galos. As aves mutiladas, cegas, sangrando, desfalecidas – tudo para “divertir” um bando de idiotas. Mostraram hormônios  - bombas - que aplicavam nas aves para deixá-las mais agressivas; giletes e outros objetos cortantes nos esporões.



 Outra coisa também que deve ser lembrada são as touradas na Espanha. Essa pauta não entrou na reportagem, mas relembro aqui a crueldade que fazem com o touro.Além de apertarem seus testículos - para deixá-lo mais agressivo -, ainda tocam fogo nos chifres, perfuram o animal até o mesmo cair agonizante.







Houve outro lugar onde uma mulher possuía uns vinte cachorros. No quintal não tina um cocô.  Mostrando que estavam desnutridos, doentes – muitos com sarna, micose, verminose – temerosos. É uma cena deplorável. O pior ainda foi à segunda parte onde mostrou alguns hábitos de alguns países. Japão e China foram o que bateu o recorde. Primeiro no Japão - assim como na China -, têm uma tradição de comerem de barbatanas de tubarão, carne de baleia e cavalo. A forma como eles fazem para pescar tubarões é deprimente. Lançam o arpão no oceano, assim que fisgam os tubarões, puxam para o barco, cortam as barbatanas e uma parte da cauda, e jogam-no mar novamente. O quilo sai a dois mil e quinhentos reais – pois aja tubarão – da iguaria. E lá é cultural isso.





 Quanto à carne de cavalo, vem dos tempos dos samurais, quando eles utilizavam os cavalos como transporte e quando o animal não aguentavam mais, eles sacrificavam-no e comiam sua carne. 




As baleias dispensam comentários. Então os reportes perguntaram para alguns japoneses o que eles achavam da forma como eram adquiridos as iguarias. Muitos ficaram meio assim, mas disseram que não vão parar de comê-las por essa causa. E outros ficaram preocupados com os restaurantes – que hoje são bem poucos que ainda servem carne de baleia – fecharem. O ser humano é muito egoísta e egocêntrico. 



Assim como os atuns azuis, tartarugas marinhas, enfim. Agora na China é muito pior. Quando me lembro sinto uma dor no peito. É comum comeram lá iguarias como morcego-raposa, cobra, ratos e cachorros. Mostraram um vídeo com cachorros. Confinados em gaiolas super pequenas, sem água, comida e cuidados devidos. Um cachorro estava desesperado para beber água. Preso, com um balde do lado de fora, ele tentava – com a pata – alcançá-lo para bebê-la, porém sem sucesso. Outra filmagem mostrava como era feito a venda dos animais. Um chinês pegava o cachorro, pelas orelhas e levantava-o. Depois, jogou-o numa gaiola super pequena – onde já tinha outros animais lá –, e o cão bateu as colunas. É muita crueldade. Os cachorros eram variados, husks siberianos, samoiedas, vira-latas e outros mais.



 
Infelizmente o Homem é muito cruel. Lembro de um livro de receitas indianas “Gosto Superior” que estava dando uma olhada, quando deparei-me com uma frase muita verdadeira: “Muitos passam fome, porque outros pegam mais comida do que podem comer. Veja os animais comem apenas o necessário, por isso nunca falta para os outros que virão.” Muito relevante ela. Claro que tanto, boi, como galinha, são animais também. Não como carne; sou vegetariano. Não creio que Deus criou os animais para servir-nos como alimentos. Em Gênesis 1: 29 “Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.” Ele foi bem claro e específico. Fui certa feita, no sítio do avô do meu sobrinho em Tietê. 




Quando chegamos lá, eles resolveram matar um boi. Primeiro um marretada na cabeça para o animal desmaiar; depois cortaram os testículos do boi – nessa hora ele contorceu-se de dor, pois estava vivo –, depois um corte no pescoço para o bicho sangrar, colocaram-no uma espécie de gancho nas patas traseiras, levantaram-no e foram escalpelando-o. Tiraram-lhe o couro depois fizeram os cortes das carnes. Quando terminaram as carnes ainda tremiam devido à descarga de adrenalina que o animal deve ter liberado em meio à tão grande carnificina. Já vi matarem porco e galinha também, então, todos deprimentes. Não estou incentivando ninguém ao vegetarianismo, mas quero mostrar que devemos ter um mínimo de respeito com as outras vidas do planeta.

09/12/11uHuHHHh    hhh NLSKDSJFJHFHFH